Hoje, como sempre, acordamos super cedo. Depois de um banho lindo (ainda to em êxtase com esse banheiro de hotel, tava desacostumada a banhos decentes), descemos pro café. Também está me acostumando muito mal, pois é uma delícia. Comi até decidir que tinha aproveitado bem a ocasião. Logo saímos e caminhamos até a Plaza de Oriente, porque tínhamos que encontrar o ônibus da excursão ali. E rapidamente chegamos lá. Na nossa excursão havia muita gente mais velha e alguns pais com crianças, mas foi tranqüilo, porque a guia era muito competente e manteve tudo sob controle. Ela falava sempre em espanhol e depois traduzia pro inglês.
De manhã, fomos pra Ávila, uma mini cidade muito antiga. Chegando lá, visitamos uma igreja que tem uns 900 anos. Depois, passamos em uma loja de souvenir e por fim chegamos à parte de “dentro” da cidade, ou seja, cruzamos um dos portais da cidade. É a típica cidadezinha européia do senso comum. Ruelas mega estreitas, construções antiqüíssimas, igrejas e mais igrejas. Uma delas, que foi erguida onde foi a casa de Santa Teresa, nós visitamos. Passamos também em frente à igreja de San Juan de la Cruz e muitas outras. Andamos um bocado. De tarde, chegamos em Segóvia, outra cidade muito antiga e que é famosa pelo seu aqueduto, enorme e que data da construção da cidade. Tiramos várias fotos lá. Paramos logo pra almoçar, no tempo livre que tínhamos, e comemos um menu do dia em um restaurante que era um charme. Sentamos em um largo, onde o restaurante é dono da varanda, e comemos. Papai e mamãe se esbaldaram no vinho. Eu tomei só um pouco, pois já estava com sono o suficiente. Se bebesse muito, não agüentaria mais ver nada. Passamos por uma lojinha cujo dono era brasileiro. Mamãe, obviamente, estabeleceu uma espécie de amizade, coisa que acontece sempre entre mães e lojistas. Coisa que jamais entenderei. Então subimos para encontrar o grupo na Catedral da cidade. É enorme e linda, como todas as outras. Dentro, existem pequenas capelas que, há mais ou menos quinhentos anos, eram compradas e mantidas por famílias de dinheiro e, em cada uma delas, havia a decoração que a família escolhia. Lá também servia de mausoléu. Quanto mais próximas do altar, mais ricas eram as famílias e, por isso, mais luxuosas eram as capelas. Lá também havia dois órgãos gigantescos, mas a guia disse que eles só são utilizados em datas especiais. Achei uma pena, queria muito ouvir. Depois disso, caminhamos mais um monte até chegarmos em um “alcázar”, ou seja, um castelo que tem um palácio dentro. Como há quatrocentos anos houve um incêndio que destruiu tudo, o que tem lá hoje, tirando a estrutura toda de pedra, é reconstrução e cópia do que era original. Mas não deixa de ser um lugar lindo e majestoso. Tiramos muitas fotos também, inclusive da vista, que era incrível. Um vale enorme circunda esse castelo. Por fim caminhamos bastante até chegar ao ônibus. Na volta, apaguei e só acordei em Madrid.
Chegando aqui, levei-os para conhecer a Plaza de Toros. Na verdade, eu também nunca tinha ido, mas não posso abandonar minha pose de guia turístico. Fomos mais mesmo pra ver por fora, porque por dentro só se vê em dias de espetáculo, e uma coisa que eu me recuso a assistir é uma tourada. (Crueldade sem fim com os animais.) Depois de tirar algumas fotos e andar um pouco ao redor da arena, pegamos o metrô até o Parque do Retiro e lá todos se encantaram pelo tamanho e beleza. Meus pais ficaram fascinados com a quantidade de gente aproveitando o “fim da tarde” (aspas porque já era quase nove da noite). Passeamos um pouquinho e sentamos em uma lanchonete. Papai e mamãe tomaram chopp, meus irmãos tomaram picolé e eu tomei um sorvete Ben & Jerry’s. Já estou me despedindo das coisas que mais gosto aqui. Triste, né?
E por falar nisso, hoje me deu um sério aperto no peito. Eu estou com muita vontade de voltar ao Brasil, porque ali está minha vida real e tudo que amo. Mas estou também já com saudades daqui. Eu passei um tempo maravilhoso aqui, muito melhor do que eu jamais esperava. Mas isso não é assunto pra hoje. E o dia foi um pouco cansativo demais. Além da TPM, andar demais debaixo de sol é muito pra mim. Fora que desacostumei com tanto convívio, então, às vezes, sem maiores conotações, fico cansada de tanto conviver com a minha família. Até comentei com eles hoje, mas é questão de readaptação. O que importa é que estou feliz e radiante com a presença deles.
Amanhã tenho que acordar cedíssimo pra ir com eles a Toledo, então, já tenho que dormir. Aliás, tenho só mais umas quatro horas de sono! Acho que não durmo direito há quase uma semana. Mas tudo bem, tá tudo valendo (e muito) à pena. Boa noite a todos :)
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